terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Eu também queria, mas…

Não sei se os leitores se recordam, mas no início deste mês de Dezembro as empresas públicas anunciaram que iriam antecipar ainda para este ano a distribuição de dividendos aos seus accionistas.
Na minha modesta opinião, esta é uma das decisões mais interessantes que eu vi tomar ao longo deste ano de 2010. Que me perdoe o Governo, mas nem os PEC conseguiram ser tão ousados e tão importantes quanto esta simples medida.
Colocada em prática, esta antecipação permitiu que os accionistas das empresas públicas encaixassem os seus dividendos limpinhos, uma vez que, a partir de 2011, eles vão começar a ser taxados.
Ora, para evitar tal descaramento e injustiça, os comunistas decidiram apresentar um projecto-lei para evitar esta antecipação, sob o argumento que, desta forma, se evitava ao Governo a perda de 250 milhões de euros.
Mas, ainda bem que a Assembleia da República tem homens de carácter e honestos como Francisco Assis que, de forma heróica, se impôs perante o seu Grupo Parlamentar e evitou a catástrofe.
Sim! Num tomar de posição nunca dantes visto, o presidente do Grupo Parlamentar do PS ameaçou demitir-se caso os deputados socialistas não votassem contra a iniciativa dos comunistas.
Imagino os accionistas das empresas públicas em suas casas preocupadíssimos a respirar de alívio com a atitude deste grande parlamentar.
Já agora, senhor deputado Francisco Assis posso pôr-lhe uma “cunha” para conseguir um favorzito seu? Sabe, o Governo determinou um conjunto de medidas que me vão penalizar o salário já a partir de 1 de Janeiro de 2011. Ora, tomando o exemplo dos accionistas, eu fui ter com o meu patrão e pedi-lhe se me podia antecipar ainda em 2010 todo o meu salário do próximo ano. Ele olhou para mim muito sério e disse-me que não. Assim, perante isto, peço-lhe, por favor, será possível dar-lhe uma palavrinha? É que eu também gostava de não ser muito prejudicado com as medidas de austeridade. Aguardo deferimento.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Pisco-te o Olho - Braga








Um destes dias à noite, lembrei-me dos meus amigos... daqueles bracarenses que a vida mandou para longe e que não podem estar cá nesta época do ano. Fiz-me ao caminho e aqui está uma parte da minha noite. Espero que gostem... mesmo os que não são de cá.

Fotos: José Carlos Ferreira

domingo, 12 de dezembro de 2010

Pisco-te o Olho - Braga





É engraçado verificar que no Salão Nobre da Câmara de Braga os grandes monumentos retratados são aqueles que foram demolidos. Tudo entre o século XVIII e o século XIX. Será que está na genética dos políticos bracarenses, este amor pelo património?

Fotos: José Carlos Ferreira

sábado, 11 de dezembro de 2010

Somos um “ganda” povo

Cada dia que passa, estou cada vez mais convencido que, nós portugueses, somos um povo sui generis e que, como nós não há igual. Na verdade, nós somos únicos. Quais nórdicos, quais americanos, quais asiáticos. Somos portugueses, e pronto. Nem sequer mediterrâneos, que ainda nos podiam confundir com os espanhóis, ou mesmo com os italianos.
No mundo somos conhecidos pelos “desenrascas”. Somos aqueles que conseguimos sempre resolver o problema da forma mais imaginativa e menos provável. Até conseguimos surpreender tantas vezes os nossos adversários estrangeiros com as artimanhas que arranjamos para conseguir colocar uma engenhoca a funcionar. Soluções que, em princípio, nem lembrariam ao diabo e que, por isso, não constam nos compêndios mais importantes das engenharias, da economia ou de qualquer outra área do saber.
Surpreende-me o facto de ainda só termos dois Prémio Nobel portugueses. Um em Medicina e outro da Literatura. Mas será que eles, lá em Estocolmo, já se deram ao trabalho de olhar para os génios que temos neste pequeno rectângulo à beira mar plantado?
Sinceramente, um povo que consegue gerar uma economia paralela que equivale já a um quarto da riqueza nacional, o que daria para 11 TGV’s, e que, em termos de corrupção, aponta logo o dedo aos políticos, considerando-os como aqueles que se deixam comprar com mais facilidade, merece um outro tipo de consideração e de atenção da comunidade académica.
Dizem os estudiosos portugueses que o fenómeno da economia paralela só poderá diminuir se houver um verdadeiro combate à fraude fiscal. A esses eu digo: Vá de retro Satanás! Na verdade, o povo, sem dinheiro, mas vaidoso, gosta de ter umas calças de marca reconhecida, uma camisa, um pólo de etiqueta, e de uns sapatos de boa qualidade.
Com os salários praticados em Portugal, isso é possível? Só para alguns. Para aqueles que usufruem de um salário que acumulam com uma pensão atribuída por qualquer cargo público que exerceram por alguns meses no passado recente.
Para os outros, qual a solução? É simples… que tal ir à feira comprar tudo por mais de metade do preço? A qualidade, é verdade, não é a mesma. Mas a etiqueta engana bem qualquer um… Viva a economia paralela.

domingo, 21 de novembro de 2010

Pela descentralização da Justiça

O Governo prepara-se para avançar com uma medida totalmente inovadora e que promete revolucionar os nossos tribunais, libertando-os de resmas de papel e de trabalho.
Segundo foi noticiado no final desta semana, o executivo liderado por José Sócrates quer que sejam as concessionárias das auto-estradas e o Instituto de Infra-Estruturas Rodoviárias a cobrar as multas por falta de pagamento de portagem.
Ou seja, aquilo que até agora estava nas mãos de um Tribunal passa agora para a alçada das concessionárias, que vão poder, inclusive, decidir qual a coima a aplicar depois de ouvir os infractores. No final, se o condutor insistir em não pagar, entra em cena o Instituto de Infra-Estruturas Rodoviárias para proferir a decisão final. Aliás, caberá a este instituto, segundo as mesmas notícias «executar os créditos em causa no prazo de 15 dias a contar da data em que a decisão do processo contra-ordenacional se torne definitiva».
Isto é de génio! Já imaginaram o impacto que tem uma medida desta envergadura? Actualmente, um condutor que não pague uma portagem tem que passar por um Tribunal, que vai decidir qual a coima a aplicar. Ora, tendo em conta que os nossos Tribunais andam cheios de trabalho, estes pequenos processos acabam, muitas vezes, por prescrever e o “maldito do prevaricador” sai impune.
Por tudo isto, eu aplaudo esta medida arrojada que, estou certo, irá ser entendida por todos. Quiçá, um dia até poderemos entender de uma só vez que os nossos Tribunais e os nossos juízes não servem absolutamente para nada. Ou melhor, servirão apenas para resolver os casos mais graves e mais complicados. Sim, porque um simples furto num supermercado poderá ser punido pelo Grupo Jerónimo Martins ou mesmo pelo Belmiro de Azevedo, cabendo à ASAE a decisão final.
Ou melhor ainda, podemos ver num futuro, que não será muito longe, estou certo, os bancos a punirem um cliente que passou um cheque sem provisão, aplicando-lhe uma multa que será depois cobrada pelo Banco de Portugal. Assim, sim. Teremos uma justiça eficaz.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Pisco-te o Olho - Braga


O frio já começa a apertar... Há quem se defenda o melhor que pode...

Foto: José Carlos Ferreira

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Pisco-te o Olho - Lisboa



Na visita à Kidzania, encontrei esta bela mensagem...

Foto: José Carlos Ferreira

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

As comezainas…

Nos dias de hoje, em Portugal, inauguração sem comezaina, não é uma verdadeira inauguração. Pode faltar até o padre para benzer as instalações, agora o que não pode falhar é a comidinha no final.
Não deixa de ser interessante que, mesmo em tempo de crise, quando se apela à contenção e ao aperto de cinto, na inauguração de uma qualquer salinha não pode deixar de haver, pelo menos, uns acepipes. Caso contrário, já não é uma verdadeira inauguração. Falta ali qualquer coisa.
Já estou a imaginar alguns dos que estão a ler estas linhas a pensar que eu estou errado porque, bem vistas as coisas, um lanchezito no final da inauguração de umas novas instalações até pode ser um acto de convívio para toda a população. É mentira! Se virem bem, são sempre os mesmos que lá vão comer. São aqueles que são da mesma cor política do presidente da Junta, ou amigos do presidente da IPSS que, por sinal, não fala com o presidente da Junta. Por outro lado, há ainda os profissionais das inaugurações que vão expressamente para a comezaina. Não falham uma. Estão na primeira linha. São os primeiros a ver o cortar da fita e depois são os primeiros a encostar a barriga à mesa. Controlam os melhores pratos e marcam aqueles que mais comem.
A verdade é que, mesmo em contenção, pode-se cortar em tudo, menos no lanche a seguir à inauguração… seria defraudar uma série de pessoas.
Hoje em dia, faz mais sentido arregaçar as mangas e começar logo a trabalhar. Deixem-se de inaugurações fúteis que só servem para gastar o pouco dinheiro que as instituições, sejam elas privadas ou públicas, têm. A preocupação maior logo a seguir à construção de um equipamento, deveria ser colocá-lo ao serviço sem folclores. Não será contraditório ir a uma inauguração, com a presença de um membro do Governo ou de um elemento de uma Câmara e ouvir-se o responsável dizer durante os discursos que precisa de ajuda porque não há dinheiro, e logo a seguir surgir uma mesa posta e farta, com tudo o que há de melhor?

sábado, 30 de outubro de 2010

Pisco-te o Olho - Braga



Hoje estou de serviço... Numa das deslocações, o dilúvio... mas mais impressionante é ter a sensação que o céu nos cai na cabeça... Ah, Astérix e Obelix, como vos compreendo...

Foto: José Carlos Ferreira

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Valerá a pena o esforço da greve?

Conta a história que existia um tipo de arbusto nas margens do rio Sena, a que os parisienses chamavam de “grève”. Num terreno perto da margem surgiu, por isso, uma praça à qual se deu o nome de “Place de Grève”, devido à abundância deste arbusto.
O local tornou-se um sítio de encontro de trabalhadores sem ocupação. Assim, quando um parisiense necessitava de mão-de-obra era precisamente ali que procurava. Conta ainda a história que, pelo facto destes trabalhadores se encontrarem sem ocupação e de braços cruzados, surgiu a expressão “estar em greve”.
É claro que, nos nossos dias, estar em greve não significa ficar de braços cruzados. Muito pelo contrário, é sinónimo de manifestações, agitação na rua e até de algumas tensões em locais onde os grevistas olham de lado para os “fura greve”.
Ora, em Portugal está já marcada uma grande greve para o dia 24 de Novembro. E, segundo as duas centrais sindicais, que se uniram nesta causa, promete mesmo ser uma grande greve como há muito já não se via.
Mas, querem saber a minha opinião? Já não se fazem greves como antigamente. Não… não me estou a referir àquelas que aconteciam na “Place de Grève”, em Paris. Estou a pensar naquelas greves bem mais recentes que faziam o Governo parar para pensar. E que até faziam cair ministros.
Hoje, uma greve já não cria mossas como antigamente. Os únicos que perdem, realmente, são os próprios trabalhadores que aderem à greve. Perdem um dia de salário e vêem o trabalho acumulado por não terem comparecido. E digo-vos, sinceramente, que o desconto de um dia num salário médio em Portugal é algo que pesa ao fim do mês. E, para quê? Para nada, respondo eu, com toda a convicção. Hoje, já não há ministros a cair por causa de greves. Aliás, os ministros devem assistir de robe aos desfiles dos trabalhadores. Alguns devem apostar em qual membro do Governo irá recair o cartaz mais sarcástico. Outros devem divertir-se a confundir a comunicação social ao dar números de adesão díspares daqueles que são fornecidos pelos sindicatos. No fundo, as greves são hoje picadas de mosquito em elefantes. Será que vale mesmo a pena aderir, sabendo-se que do outro lado, impera o autismo?

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Pisco-te o Olho - Cabo de S. Vicente



O nevoeiro é sempre misterioso... Não é por acaso que D. Sebastião vai regressar no meio dele... É incrível como nós, ao fim de tantos anos, continuamos uns sebastianistas... É que não aprendemos nada com o passado... Como é belo o ponto mais ocidental do continente Europeu... o Cabo de S. Vicente... envolto em nevoeiro...

Foto: José Carlos Ferreira

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Pisco-te o Olho - Sagres



Foi para ter este Portugal que eu, em pequenino, cantava:... Uma gaivota voava, voava...?

Pessoalmente, acho que até elas já desistiram de voar...

Foto: José Carlos Ferreira

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Pulseiras milagreiras

Quem não se lembra há uns anos atrás quando nos quiseram fazer acreditar que umas pulseiras em metal, com duas esferas nas pontas, nos aliviavam de todos os males?... Quem se lembra, hein????
Aquilo foi um verdadeiro golpe de génio. Recordo-me de ver novos e velhos com aquelas pulseiras. Uns, porque sofriam de asma e aquilo ajudava a respirar melhor, outros porque eram cardíacos, e a pulseira ajudava o coração a funcionar melhor… enfim, não havia mal que não escapasse. O segredo, diziam, estava nas esferas no topo que, magnetizadas, curavam todos os males.
Pois, quem perdeu tão grandioso remédio, tem agora uma hipótese de se redimir… estão aí as milagrosas “pulseiras do equilíbrio”! Por onde andei neste Verão, lá estavam elas. Apesar de serem de plástico, a verdade é que custam mais que algumas pulseiras feitas num metal mais precioso. Pudera, pois com a saúde não se brinca e não se olha à carteira.
Nalguns locais cheguei a ver demonstrações. Homens e mulheres que, sem pulseira, caíam a torto e a direito, e com pulseira, nada os derrubava. Perante tão extraordinário produto, quis saber quanto custava… Olhei e reparei na etiqueta: 40 euros. Bom, pensei eu, deve ser um engano. Custa seguramente 40 cêntimos. Estava redondamente enganado. Mais tarde constatei que o preço pode mesmo variar entre os 15 e os 40 euros. Pronto, as das lojas dos chineses custam cinco euros mas, garante-me o meu filho, o autocolante da parte central descola-se mais facilmente.
Vou ser sincero… eu não acredito em nada daquilo… Mas reparei que, ao contrário de mim, há quem acredite piamente nestas pulseiras desenvolvidas, segundo umas teorias, pela NASA. Pude ver que havia gente com quatro pulseiras apenas num pulso. “Não há força que te derrube”, pensei eu. Disseram-me num local que estas pulseiras esgotavam muito rapidamente. Num só dia, as de tamanho “M” voavam. Ora, isto leva-me a pensar que o verdadeiro problema dos portugueses é a falta de equilíbrio. Alguns, será financeiro, outros emocional, outros ainda será, provavelmente, sentimental. Eu, por mim, não me importo de dar um trambolhão até porque, com 40 euros posso comprar muitas outras coisas bem mais úteis.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Pisco-te o Olho - Lisboa



Um ramo desfeito no Parque das Nações... mesmo em frente ao Tejo... Não sei se representa uma dor de alma ou um súbito alívio de um peso que já não se suporta mais.

Foto: José Carlos Ferreira

terça-feira, 14 de setembro de 2010

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Amigo bracarense no Japão

Fica a sugestão a todos para que visitem este blogue... É o relato de um amigo bracarense que decidiu passar um ano lectivo no Japão. Deixou Braga e rumou ao Oriente onde se encontra a realizar o 12.º ano no âmbito de um programa de intercâmbio.

Visitem e deliciem-se

http://alexshocksjapan.blogspot.com/

domingo, 5 de setembro de 2010

O “circo mediático” não acabou

O país ficou suspenso na passada sexta-feira à espera das decisões do Tribunal relativamente ao processo da Casa Pia, em Lisboa, depois de praticamente seis anos de audiências.
As televisões e as rádios fizeram directos, os jornais de âmbito nacional prometiam, e cumpriam, actualizações sempre que tal se justificasse.
Tenho para mim que mais de meio Portugal estava curioso em saber se o arguido mais mediático deste processo seria, ou não, condenado. Provavelmente, muitos também estariam curiosos em saber o número de anos de prisão efectiva que o colectivo de juízes, quase de certeza, teria reservado para o arguido Carlos Silvino. O resto pouco importava.
O “circo mediático” começou a ser montado na quinta-feira e teve o seu auge na sexta-feira. Tudo em nome do dever de informar sobre as conclusões do já classificado “julgamento do século”.
Num dos telejornais ouvi uma das arguidas neste processo a dizer aos microfones que odiava os jornalistas. Como jornalista, até a compreendo. Hoje, em nome do sensacionalismo, da conquista de audiências, vale tudo. Até tentar arrancar palavras de quem não quer simplesmente falar.
Pois, quem pensar que tudo acabou, está redondamente enganado. E sinal disso mesmo é o cúmulo de um dos arguidos ter convocado uma conferência de imprensa para depois da leitura da sentença. Pois, se a moda pega, isto vai ser bonito. Já imagino os jornalistas a saírem a correr de um tribunal para se dirigirem a uma qualquer unidade hoteleira, onde um condenado pretende explicar o seu ponto de vista relativamente à justiça portuguesa. Mais… promoveram-se logo a seguir debates em meios de comunicação social com a participação dos intervenientes no processo que mais pareciam mini-julgamentos.
Nesta maratona informativa ouvi, a determinado momento da boca de um advogado que, com os recursos, que podem ir até ao Tribunal Constitucional, este é um processo longe de ter acabado. Assim, na melhor das hipóteses, ainda teremos uns 15 a 20 anos pela frente. Durante os próximos anos, podemos já imaginar, os arguidos agora condenados, vão continuar à solta, a dar entrevistas e talvez à espera de uma imprecisão processual qualquer que permita a nulidade do processo.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Assim se faz Portugal!

Esta não lembraria ao diabo. Ainda não acredito que a ministra da Educação tenha ponderado a possibilidade dos alunos nunca chumbarem de ano no seu percurso escolar.
Se me tivessem contado que isto estava a ser pensado num qualquer país do chamado terceiro mundo, eu não ficaria chocado. Mas não. Isto está a acontecer em Portugal. E se a imprensa não estiver a faltar à verdade ou simplesmente a inventar num momento em que as notícias são escassas, a ideia terá surgido da cabecinha da ministra da Educação.
À primeira vista, qualquer um consegue perceber que esta medida, acima de tudo, tem como principal objectivo poupar dinheiro ao Estado. Desde há muito tempo que ouvimos os vários detentores da pasta da Educação falar, e sobretudo lamentar, o acréscimo de custos que representa um repetente no orçamento do país. Ao fazer passar toda a gente, esse custo deixa de existir e passamos todos a ser mais felizes. Uns porque poupam, outros porque continuam a progredir nos estudos apesar de continuarem a ser burros.
Acreditem que isto me preocupa seriamente. Não consigo mesmo fazer qualquer tipo de piada sobre este assunto. Bom… talvez só uma pequenina… na verdade, estou já a imaginar daqui a pouco tempo uma mulher a dar à luz e o médico a dizer ao recém-nascido: “seja muito bem vindo a este mundo, senhor doutor, ou quiçá, senhor engenheiro!”.
No fundo, as políticas que estão a ser concretizadas no sector da Educação estão, no meu entender, a criar uma geração de novos analfabetos. Gente que, na teoria, conseguiu concretizar, pelo menos, o 12.º ano, mas que, na prática, não passa de iletrados. Pessoas bem piores que os nossos avós que apenas sabiam assinar o seu nome.
Qualquer um já entendeu que o Governo, em matéria de Educação, trabalha para as estatísticas. Que bom é dizer à Europa e ao mundo que Portugal já não está na cauda do analfabetismo. Que já não lidera a lista dos países com o maior número de trabalhadores sem qualificações. Que bom que é promoverem-se cerimónias de entregas de diplomas a milhares de pessoas que conseguiram manhosamente o 12.º ano. Apenas tenho pena daqueles que são verdadeiramente bons alunos, que terão de sair do país da mediocridade para verem reconhecidos os seus valores. Como dizia um grande amigo meu, “assim se faz Portugal”.

terça-feira, 13 de julho de 2010

A Golden Shame do Estado

A semana que agora acaba fica marcada pela decisão do Tribunal de Justiça Europeu que considerou ilegal a “golden share” do Estado na PT e que José Sócrates decidiu utilizar impedindo que a Telefónica comprasse a posição da operadora portuguesa na Vivo.
Para o Tribunal, que decidiu lá longe no Luxemburgo, a “golden share” «constitui uma restrição não justificada à livre circulação de capitais».
Acontece que até ao dia da Assembleia de Accionistas, tudo indicava que não ia ser necessária a interferência do Governo. Tudo indicava que a maioria dos accionistas estava disposta a manter a posição da PT na Vivo.
No entanto, como diz o povo, não há nada que o dinheiro não compre. Bastou que a Telefónica acenasse com uns 7,15 mil milhões de euros para que aquilo que era uma posição estratégica nacional passasse a ser um negócio essencial.
Agora eu pergunto, se a oferta da operadora espanhola fosse inferior, como todos esperavam, será que assistiríamos a este silêncio surdo dos accionistas em relação à decisão do Tribunal de Justiça Europeu? Provavelmente, não. Provavelmente, muitos estariam já a lançar impropérios, maldizendo esta Europa que nos vai obrigando a engolir sapos e que, passo a passo, nos começa a governar cada vez mais.
Aliás, começo a acreditar piamente que caminhamos para uma União Europeia cada vez mais federalista, onde os governos nacionais, transformados em autênticos Governos Civis, não terão outra obrigação que aquela que será fazer cumprir as obrigações que sejam emanadas pelas instâncias europeias. Hoje, somos obrigados a ter que engolir que afinal, as “golden shares” que o Estado possui são uma restrição não justificada à livre circulação de capitais.
Temos que engolir que os senhores europeus consideram que estas “golden shares” «atribuem ao Estado português uma influência sobre as tomadas de decisão da empresa susceptível de desencorajar os investimentos por parte de operadores de outros Estados Membros».
No fundo, o que eles não querem dizer e que, daqui para a frente, vamos ter que transformar as “golden shares” do Estado em “golden shames” [shame é vergonha em inglês] por querer defender os interesses superiores da nação.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Viva a Maria da Fonte

O Governo tem nos habituado a uma série de trapalhadas que não passam despercebidas ao mais comum dos cidadãos. Não há ninguém que não tenha já sorrido, ou mesmo chorado, com promessas que são feitas de manhã e que à tarde são completamente esquecidas.
Quando isto acontece uma vez, o povo até aceita. Ninguém esperava e, por isso, perdoa-se. À segunda, o povo já começa a desconfiar e a torcer o nariz. À terceira já não se começa a ter pachorra para os enganos. O problema é quando os episódios se vão sucedendo a um ritmo alucinante e as coisas começam a confundir-se na cabeça das pessoas. Acho mesmo, e começo a acreditar pelo que vou ouvindo, que há já quem comece a pensar que as “scut” são uma parte das e(scut)as.
Mas, pior que estar constantemente a cometer “gaffes” é o facto de termos um Presidente da República que assiste impávido e sereno a tudo o que acontece. Pior ainda é termos uma oposição na Assembleia da República que também assiste de poltrona sem realmente agir, colocando um travão às trapalhadas. Uns barafustam, outros negoceiam e outros assobiam para o lado.
Perante isto tudo, o povo começa a perder a paciência, a confiança nos seus políticos e a serenidade. Na semana passada um autarca, que conhece bem o povo, pois convive de perto com ele, alertou para o clima de revolta que existe na sociedade, sobretudo na zona Norte. Houve logo quem reagisse e, surpreendentemente, um outro autarca, que mora no outro lado da margem, veio dizer que já lá vai o tempo da Maria da Fonte. Pois meu caro, a Maria da Fonte não está assim tão longe e acredito que poderá estar mais perto de sair para a rua do que aquilo que muitos pensam.
Na verdade, o povo já começa a ficar farto de tanta trapalhada e, sobretudo, que lhe mexam tantas vezes nos bolsos, sentindo que quem paga a crise são sempre os mesmos. Aqueles que podiam contribuir seriamente para a redução do défice continuam a ganhar rios de dinheiro, a passar férias “lá fora” e a rirem-se de quem realmente contribui. São esses que até propõem a redução de salários sem olharem primeiro para o seu ordenado. Por isto, e muito mais, acautelem-se os políticos que a Maria de Fonte está a preparar-se para sair á rua. E não faltará quem aclame: Viva a Maria da Fonte!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Eu não posso ser patriótico

Os portugueses foram este fim-de-semana convidados pelo Presidente da República a fazerem férias “cá dentro” pois, perante a grave crise económica em que vivemos, esta «é também uma atitude patriótica».
Ainda segundo Cavaco Silva «aqueles que podem passar férias devem fazê-lo cá dentro para ajudar Portugal a vencer as dificuldades actuais, pois passar férias cá é criar emprego, combater o desemprego e ajudar a melhoria das condições de vida dos portugueses».
Ora, isto até pode ser verdade se partirmos do princípio que ainda há gente que pode fazer férias em Portugal, tendo em conta os números do desemprego no nosso país.
Por outro lado, se olharmos para os salários da grande maioria daqueles que trabalham depreendemos que só lhes restam duas soluções. Ou passam férias em casa, ou então, arranjam coisitas baratas numa das praias mais perto da área de residência, porque ir para o Algarve, por exemplo, está “pela hora da morte”. Sim, que esta coisa de preço de férias razoáveis é só para estrangeiros.
Mas esta coisa do turismo em Portugal tem outros pormenores que nos deixam, no mínimo, confusos. Por exemplo, eu ainda não percebi porque é que ir a Paris de avião, ou a Londres, fica muito, mas mesmo muito, mais barato do que ir aos Açores ou à Madeira.
Para muitos dos destinos europeus, hoje os passageiros têm a possibilidade de recorrer aos voos “low cost”. Para as nossa regiões autónomas somos obrigados a desembolsar belas maquias, que nos levam a pensar que o senhor Presidente da República pode não saber muito bem quanto poderá custar uma deslocação, com estadia numa “pensãozita” barata, a S. Miguel, para passar uma semana.
Aliás, aos responsáveis pelo turismo tenho sempre ouvido dizer que deveríamos olhar para o que os nossos vizinhos espanhóis fazem. É verdade. Eles têm preços razoáveis e para todo o tipo de carteiras; tem uma atenção e um carinho especial para quem os visita e, sobretudo, não estão dispostos a “esfolar-nos” apenas de uma só vez. Por tudo isto, acho que não vou ser patriótico.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Pisco-te o Olho - Paris V



Afinal, ainda não acabou... andei arredado uns dias, mas regresso com o mais recente sucesso da Disney... A Princesa e o Sapo

Foto: José Carlos Ferreira

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O reguila que fala portunhol

As crianças sabem perfeitamente que, quando há visitas em casa, podem ser um pouco mais atrevidas do que o habitual. Ou seja, têm consciência que os pais não lhes ralham tão facilmente quando estão presentes pessoas estranhas ao estrito ambiente familiar.
E, vai daí, toca a abusar um bocadinho. Mexem onde sabem que não podem mexer. Abrem as gavetas que habitualmente não costumam abrir. E dizem aquilo que não costumam dizer.
Ora, isto faz-me lembrar o actual Governo que, tal como um puto reguila, aproveitou a presença de visitas em casa para fazer das suas. Assim, sem mais nem menos, quando o país estava preocupado em bem receber o Papa Bento XVI, anunciou ao país distraído, ou melhor, empenhado, o aumento de impostos.
Sinceramente, eu acho que os portugueses ainda não perceberam muito bem o que se está a passar. E só irão perceber quando começarem a olhar para a carteira a partir do próximo mês de Julho.
Aliás, eu devo dizer que segui com muita atenção a comunicação do Presidente da República ao país e fico com a sensação que o principal do seu discurso também passou ao lado de uma boa parte das pessoas. Mais do que justificar a promulgação do casamento entre pessoas do mesmo sexo, Cavaco Silva disse claramente aos portugueses que a situação de Portugal é dramática. «Importa, no entanto, ponderar os efeitos práticos de uma tal decisão e ter em devida conta o superior interesse nacional, face à dramática situação em que o País se encontra», disse o Presidente da República, se bem me lembro.
Pois bem, perante isto tudo, fico com a estranha sensação que o Governo nos quer iludir e enganar a todos. Se temos o Presidente da República a dizer que a situação é dramática e o primeiro ministro a garantir, em Ponte da Barca, que estamos no caminho da retoma, eu pergunto, em que é que ficamos? Aliás, José Sócrates já começou a falar em cerimónias oficiais o seu “portunhol” que, tenho quase a certeza, será a breve prazo a sua língua oficial. Isto, provavelmente, a bem da nação, para que ninguém perceba a situação dramática que vivemos.

sábado, 1 de maio de 2010

Governo tem de ir à DECO

O país vive momentos difíceis. Acho que qualquer leigo já percebeu, mesmo não sabendo muito de economia, que isto não está para brincadeiras.
Nos últimos dias, as notícias deram conta que Portugal desceu dois níveis no rating da Standard & Poor’s, mostrando, assim, ao mundo que este é um país cada vez mais caloteiro. Ou seja, um país cheio de dívidas, cujos rendimentos já não chegam para pagar o que deve.
Isto faz lembrar aquelas empresas financeiras que telefonam insistentemente para as famílias a prometer-lhes todas as facilidades do mundo na concessão do crédito. Muitas, sem grandes recursos económicos, caem nesse “canto da sereia” e, quando dão por ela, estão com a corda na garganta e não conseguem pagar o que devem. As vozes doces, que outrora prometeram dinheiro quase dado e fácil de reembolsar, tornam-se duras e ameaçadoras. O número de famílias que caiu neste tipo de situação é de tal modo gravoso, que a DECO já tem mesmo um gabinete para ajudar as famílias endividadas.
Ora aqui está um serviço que seria muito útil ao nosso primeiro-ministro. Pelo que tem sido divulgado, o Governo, para superar este momento difícil, prepara-se para pôr em prática uma série de medidas drásticas. O cortes nas despesas é inevitável. Assim, foi já anunciado, vai haver corte nas aquisições de viatura. Estou a imaginar José Sócrates a chegar a uma inauguração num dos carros do Parque Nacional da Peneda-Gerês: as velhinhas “4L”. Bom, não está mal. Outra medida já anunciada é o corte nas despesas com as comunicações. Aqui consigo imaginar o ministro da Defesa a comunicar com sinais de fogo. Também não está mal.
Contudo, penso eu, é preciso ir mais além. Será sensato manter teimosamente a construção de um novo aeroporto em Lisboa, a construção da linha do TGV ou a terceira travessia sobre o Tejo? Ou será melhor cobrar portagens nas SCUT, aumentar os impostos aos portugueses ou ainda manter os salários e prémios principescos de certos administradores de empresas públicas que ganham mais que o Presidente da República?
Sinceramente, eu acho que não ficava mal ao primeiro-ministro reunir toda a informação numa “pen” e dirigir-se ao gabinete de atendimento aos endividados da DECO e pedir uns conselhos porque, ao que parece, as prioridades deste Governo andam um pouco trocadas.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

segunda-feira, 19 de abril de 2010

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Dêem-lhes mais autoridade!

Uma das memórias que retenho dos meus tempos de escola foi o dia em que um professor me pôs na rua pelo facto de eu ter dado um beijo na face à minha colega de carteira. “Não admito essa falta de respeito”, disse ele com autoridade, mandando-me, de seguida, sair da sala, com falta. Nem sequer ousei protestar, pois sabia que qualquer coisa que eu dissesse podia levar o professor a agravar a sanção, ou seja, a dar-me a famosa “falta a vermelho”. Uma falta disciplinar que dava direito a uma comunicação para os pais.
Alguém acredita que isso seria possível hoje? Pois a resposta é claramente um não. Hoje, o professor já não tem autoridade na sala de aula. Em nome das famosas boas práticas pedagógicas, retirou-se a autoridade do professor, levando a que os alunos possam fazer o que lhes dá na real gana dentro da sala de aula. Os vídeos que vão sendo colocados na internet demonstram-no bem. Os alunos, que reclamam mais e melhores direitos no seu estatuto, esquecem-se que também têm deveres. Dá-lhes prazer e estatuto gozar com os professores e vangloriarem-se desses feitos. Aos docentes, por sua vez, nada mais lhes resta do que deixarem que os abusos ocorram. Pois, caso tenham a infelicidade de mandar um grito mais forte para se impor, ou então, colocar alguém de castigo, arriscam-se a que o aluno fique profundamente chateado e vá fazer queixinhas aos pais. Estes, por sua vez, também não gostam e depois vão manifestar-se às portas da escola exigindo a expulsão do professor, insultando-o do piorio, de preferência, com as televisões presentes.
É engraçado ver o Ministério da Educação a tentar resolver estes problemas. A solução mais comum é a criação de uma comissão. Depois, surgem umas directivas superficiais que, umas vezes atenuam os problemas, outras agravam-nas. Confesso que não sou nenhum especialista em pedagogia. Não domino as grande teorias sobre as técnicas pedagógicas a levar a cabo dentro de uma sala de aulas. Mas há uma coisa que eu vejo. O professor está sem autoridade. E todos gozam com ele. Que tal voltar a dar-lhe os instrumentos necessários que lhe permita impor o respeito, não só na sala de aulas, como em toda a escola? Parece simples e talvez assim se resolvam alguns problemas que se verificam hoje nos estabelecimentos de ensino… não sei,… digo eu.

domingo, 28 de março de 2010

Pisco-te o Olho - Vila Viçosa



Em centenário da República, apetece-me lembrar a última coroação em Portugal...

Foto: José Carlos Ferreira

segunda-feira, 15 de março de 2010

É uma questão de civismo

Dou comigo muitas vezes a pensar qual será a razão pela qual as campanhas de prevenção rodoviária não dão os resultados que todo o país deseja. São campanhas por vezes verdadeiramente chocantes. Recordo-me daquela em que surgiam nos ecrãs jovens que ficaram com deficiências físicas devido aos acidentes que sofreram. Lembro-me também de uma outra com imagens de carros completamente desfeitos.
A última que me ficou na memória é aquela que, suponho, está a decorrer e que foi lançada pelo Governo Civil de Braga, em que se pediu aos párocos para sensibilizarem as pessoas para a importância de saber bem atravessar uma estrada.
Seria interessante avaliar qual o impacto que todas estas campanhas, que custam milhares de euros, têm tido na sociedade. A meu ver, mais importante que todas as mensagens chocantes que se pretendam transmitir, é difundir valores de civismo. Eu sei que é difícil.
A meu ver, se o civismo que vigora numa boa parte dos condutores portugueses fosse outro, uma grande maioria dos acidentes era perfeitamente evitada. Alguém já pensou que bastava, por exemplo, deixar passar um carro que está no eixo da via a tentar mudar de direcção há mais de dez minutos porque ninguém o deixa, para evitar uma série de chatices?
Ah! Também gosto muito quando vou na auto-estrada e estou a ultrapassar a 120 km/h um outro veículo e surge-me no retrovisor um “Alonso” a dar-me sinais de luzes. E insiste com as luzes… Apetece-me tirar o pé do acelerador e continuar na faixa da esquerda. Também não menosprezo aqueles que, ao entrar numa via principal, com o sinal de perca de prioridade, fazem-no como se não houvesse amanhã e numa atitude de que “isto é tudo nosso”. E, se por acaso, nós que vamos tranquilamente na via principal, não nos arredamos, eles começam a buzinar e fazer gestos obscenos e ameaçadores como se tivessem toda a razão do mundo.
Para estes, que não são poucos, não há campanhas, por mais chocantes, que façam moça. Para estes, chego a pensar que não há cura. No entanto, continuo a acreditar que tudo isto tem de passar por um trabalho que, paulatinamente, trabalhe mentalidades. Um trabalho que torne estas pessoas mais cívicas. Não basta chocar.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Olhem para a Protecção Civil da Madeira

Não vai há muito tempo que as regiões do Sul e Centro do país foram abaladas por um pequeno sismo que, apesar de não ter causado danos materiais, parece que assustou muitas pessoas.
Diz o Governo que as estruturas responderam à altura dos acontecimentos. Não houve problemas, mas estivemos prontos. Lembro-me que na altura, as declarações do ministro da Administração Interna me surpreenderam. Se bem me lembro, como diria o Nemésio, o sismo ocorreu por volta da 1h00. E, segundo o ministro, as estruturas da Protecção Civil conseguiram reunir-se à volta da mesma mesa para tomar o pulso da situação às 4h00.
Como dizem numa publicidade, que eu penso que até já não está ser difundida… “Boa!!”. Ora, se eu bem percebi, os senhores que determinam quais os meios e as situações que devem ser urgentemente resolvidas em caso de catástrofe demoraram três horas a chegar ao “gabinete de crise”. Bom, pelo andar da carruagem, podemos imaginar que, à boa maneira portuguesa, houve tempo de tomar um cafezinho para acordar, fumar um cigarrinho… à varanda. Na melhor das hipóteses., só devem ter começado a trabalhar lá para as 4h30.
Serve isto para dizer que é importante que se olhe para o exemplo do socorro e da acção das forças de segurança e de protecção às populações que nos tem chegado da Região Autónoma da Madeira.
É verdade que o Governo Regional apareceu quase cinco horas após a tragédia, o que o não poupou de algumas críticas. Mas, não é menos verdade que, quando Alberto João Jardim deu a cara já trazia o plano de acção todo delineado. Todas as entidades já estavam mobilizadas, no terreno a trabalhar e, muito importante, sabiam todas o que fazer. A informação manteve-se centralizada, o que impediu, e tem impedido, notícias contraditórias. Até agora ninguém viu, por exemplo, o comandante dos Bombeiros do Funchal a dar entrevistas. Por tudo isto, sirvo-me deste espaço para, não só me manifestar solidário para com o povo madeirense, como também para prestar a minha homenagem a todos aqueles que estão a trabalhar. Que a acção da Protecção Civil da Madeira seja um modelo para o país.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Pisco-te o Olho - Vila Praia de Âncora



Faz precisamente hoje um ano que um Amigo partiu... A 20 de Fevereiro de 2009 coloquei aqui um pôr do sol. Hoje, volto a fazê-lo, com a promessa que, a partir de agora, sempre que eu conseguir um belo entardecer, irei partilhá-lo convosco... em tua memória, Luís...

Foto: José Carlos Ferreira

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Estou calmo e sereno…

Correspondendo ao repto e ao desejo do senhor Presidente da República, posso garantir ao país que estou calmo e sereno. Mas, há coisas que se estão a passar que me deixam completamente chateado.
Não me refiro directamente à Lei das Finanças Regionais. Essa foi mais uma birra das várias a que o Governo nos tem habituado.
O que me chateia verdadeiramente são os dez milhões de euros que o Governo atribuiu à Comissão para as Comemorações do Centenário da República. Quer dizer, para umas coisas, o país está mal, é preciso congelar salários, algumas obras não podem ir para a frente e não se pode dar mais 50 milhões à Madeira para corrigir uma injustiça do tempo de Guterres. Mas para outras, é o verdadeiro regabofe.
Na abertura oficial das comemorações ouvi o presidente da comissão dizer que vamos ter ao longo deste ano cerca de 500 eventos para celebrar o centenário da República. Se fizermos uma divisão linear dos dez milhões de euros pelos 500 eventos, chegamos à conclusão que cada um custa cerca de 200 mil euros.
Eu não sei que tipo de eventos vão ser. Para já só ouvi falar numas exposições. A custarem 200 mil euros, devem ser muito interessantes, isto tendo em conta que há por aí uns museus que apresentam ao público mostras de grande interesse e que são muito mais baratas.
Ora, em tempo de crise, não se pode, na minha opinião, dar mostras à União Europeia que somos uns foliões, onde, se é para festejar, não falta dinheiro.
Devia haver mais exemplos no país como a tomada de atitude da Câmara da Vidigueira. O presidente decidiu reduzir o seu salário e o dos seus vereadores, aumentando em 80 euros os salários mais baixos dos trabalhadores da autarquia. O senhor presidente da Câmara da Vidigueira ainda desafiou os seus colegas, os membros do Governo, os deputados e o Presidente da República a seguirem-lhe o exemplo, mas… assobiaram todos para o lado… É claro que eu estou calmo e sereno, mas bastante chateado…

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Pisco-te o Olho - Ponte da Barca



Algumas pessoas queixam-se de andar pelas ruas da amargura. E neste tempo de crise, este é um sentimento que se tem espalhado de forma assustadora. Da proxima, quando ouvir alguém a queixar-se, já sei por anda... numa das ruas mais típicas do centro histórico de Ponte da Barca.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Até parece que a crise acabou

Todos sabemos que o mundo passa por uma crise profunda que, por muito que nos queiram fazer crer que já se vê a luz ao fundo túnel, tarda mesmo em ser ultrapassada.
Dizem-nos que os sinais de retoma económica já se fazem sentir. Esses sinais são ténues, afirmam-nos os políticos, mas os mercados já começam a reagir positivamente.
Por outro lado, temos economistas, pensamos nós que mais cépticos, que nos vão avisando que a crise está ainda para durar e que 2010 será um ano em que as melhorias dos mercados não se vão notar. A esses, os políticos vão chamando profetas da desgraça, velhos do Restelo e outros nomes mais pomposos, na tentativa de nos mostrar que, afinal, a razão está do lado dos optimistas.
Mesmo fazendo discursos muito bonitos, alguns dos quais anunciam mesmo, com pompa e circunstância, que a crise já acabou e que a partir de agora é sempre a melhorar, a prática dos políticos acaba por nos mostrar que, provavelmente, os economistas é que estão certos.
Mais uma vez tem se ouvido falar em congelamento de salários para os funcionários públicos. De repente, surgem as ameaças que se Orçamento de Estado não for aprovado tal como o Governo o cozinhou, a situação vai ficar pior.
Estes são sinais aos quais os portugueses têm de estar atentos. São sinais que nos obrigam a pensar e a chegar à conclusão que, se calhar, a situação financeira não é aquela que nos querem levar a acreditar através dos discursos oficiais.
Eu sei que se pode gerar a confusão na cabeça de qualquer pessoa com as informações que vão sendo lançadas na opinião pública. Quando se atribuem dez milhões de euros a uma comissão para celebrar o centenário da República, pode-se ser levado a pensar que este é um país a nadar em dinheiro. E, reparem que dez milhões de euros é só para começar. Conhecendo eu este país, como conheço, no final vão fazer-se as contas e vão chegar à conclusão que houve uma derrapagem de mais uns milharzitos, que o Governo prontamente irá disponibilizar. Assim, até parece mesmo que a crise já acabou.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Pisco-te o Olho - Braga




Fez precisamente ontem um ano que nevou em Braga. Hoje, ela volta a aparecer, para encanto de muitos. Pronto, senhora neve, sendo assim, considero já uma tradição a sua aparição em Braga nos primeiros dias de Janeiro. Para o ano, conto outra vez consigo. Mas se quiser aparecer antes, seja bem aparecida...

Fotos: José Carlos Ferreira

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Pisco-te o Olho - Labruge



Nestes últimos dias, o mar tem andado "bravo"... tal e qual como eu gosto de te ver...

Foto: José Carlos Ferreira