O país vive momentos difíceis. Acho que qualquer leigo já percebeu, mesmo não sabendo muito de economia, que isto não está para brincadeiras.
Nos últimos dias, as notícias deram conta que Portugal desceu dois níveis no rating da Standard & Poor’s, mostrando, assim, ao mundo que este é um país cada vez mais caloteiro. Ou seja, um país cheio de dívidas, cujos rendimentos já não chegam para pagar o que deve.
Isto faz lembrar aquelas empresas financeiras que telefonam insistentemente para as famílias a prometer-lhes todas as facilidades do mundo na concessão do crédito. Muitas, sem grandes recursos económicos, caem nesse “canto da sereia” e, quando dão por ela, estão com a corda na garganta e não conseguem pagar o que devem. As vozes doces, que outrora prometeram dinheiro quase dado e fácil de reembolsar, tornam-se duras e ameaçadoras. O número de famílias que caiu neste tipo de situação é de tal modo gravoso, que a DECO já tem mesmo um gabinete para ajudar as famílias endividadas.
Ora aqui está um serviço que seria muito útil ao nosso primeiro-ministro. Pelo que tem sido divulgado, o Governo, para superar este momento difícil, prepara-se para pôr em prática uma série de medidas drásticas. O cortes nas despesas é inevitável. Assim, foi já anunciado, vai haver corte nas aquisições de viatura. Estou a imaginar José Sócrates a chegar a uma inauguração num dos carros do Parque Nacional da Peneda-Gerês: as velhinhas “4L”. Bom, não está mal. Outra medida já anunciada é o corte nas despesas com as comunicações. Aqui consigo imaginar o ministro da Defesa a comunicar com sinais de fogo. Também não está mal.
Contudo, penso eu, é preciso ir mais além. Será sensato manter teimosamente a construção de um novo aeroporto em Lisboa, a construção da linha do TGV ou a terceira travessia sobre o Tejo? Ou será melhor cobrar portagens nas SCUT, aumentar os impostos aos portugueses ou ainda manter os salários e prémios principescos de certos administradores de empresas públicas que ganham mais que o Presidente da República?
Sinceramente, eu acho que não ficava mal ao primeiro-ministro reunir toda a informação numa “pen” e dirigir-se ao gabinete de atendimento aos endividados da DECO e pedir uns conselhos porque, ao que parece, as prioridades deste Governo andam um pouco trocadas.
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