As crianças sabem perfeitamente que, quando há visitas em casa, podem ser um pouco mais atrevidas do que o habitual. Ou seja, têm consciência que os pais não lhes ralham tão facilmente quando estão presentes pessoas estranhas ao estrito ambiente familiar.
E, vai daí, toca a abusar um bocadinho. Mexem onde sabem que não podem mexer. Abrem as gavetas que habitualmente não costumam abrir. E dizem aquilo que não costumam dizer.
Ora, isto faz-me lembrar o actual Governo que, tal como um puto reguila, aproveitou a presença de visitas em casa para fazer das suas. Assim, sem mais nem menos, quando o país estava preocupado em bem receber o Papa Bento XVI, anunciou ao país distraído, ou melhor, empenhado, o aumento de impostos.
Sinceramente, eu acho que os portugueses ainda não perceberam muito bem o que se está a passar. E só irão perceber quando começarem a olhar para a carteira a partir do próximo mês de Julho.
Aliás, eu devo dizer que segui com muita atenção a comunicação do Presidente da República ao país e fico com a sensação que o principal do seu discurso também passou ao lado de uma boa parte das pessoas. Mais do que justificar a promulgação do casamento entre pessoas do mesmo sexo, Cavaco Silva disse claramente aos portugueses que a situação de Portugal é dramática. «Importa, no entanto, ponderar os efeitos práticos de uma tal decisão e ter em devida conta o superior interesse nacional, face à dramática situação em que o País se encontra», disse o Presidente da República, se bem me lembro.
Pois bem, perante isto tudo, fico com a estranha sensação que o Governo nos quer iludir e enganar a todos. Se temos o Presidente da República a dizer que a situação é dramática e o primeiro ministro a garantir, em Ponte da Barca, que estamos no caminho da retoma, eu pergunto, em que é que ficamos? Aliás, José Sócrates já começou a falar em cerimónias oficiais o seu “portunhol” que, tenho quase a certeza, será a breve prazo a sua língua oficial. Isto, provavelmente, a bem da nação, para que ninguém perceba a situação dramática que vivemos.
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