Chegou ao fim um ciclo de eleições que deixou o país enfeitado e em festa durante vários meses como se não houvesse crise. Foram cartazes, foram sacos, foram panfletos… enfim, um sem número de artigos multicolores partidários que durante muitos meses andaram a ser distribuídos pelas populações.
Primeiro foram as europeias, depois vieram as legislativas e, por fim, foram as autárquicas. Cada um destes momentos teve os seus candidatos, cujos cartazes nos vigiaram desde o mês de Junho até agora.
Para nós, jornalistas, também chegou ao fim um período fértil em contactos. Um período onde, ao contrário do que acontece no resto do tempo, é fácil chegar aos políticos, é fácil falar com eles, é fácil obter declarações. Aliás, alguns até ficam mesmo chateados por não verem as suas notícias a serem veiculadas nos órgãos de comunicação social. Há mesmo quem ande de régua na mão a medir as notícias para depois protestar… “eh pá, a minha é mais pequena que a tua”.
Tudo isto acabou. Vamos voltar aos tempos em que, para falar com aquele eleito, que até nos deu o seu número de telemóvel descartável durante a campanha, temos de passar por 25 secretárias e outros tantos assessores que, gentilmente, nos vão dizendo… “o senhor doutor está em reunião”. E, finalmente, quando chega as 12h30, hora a que nos disseram que a reunião deveria acabar, e depois de passar pelo mesmo calvário de secretárias e assessores, chega a famosa resposta: “Que azar… a reunião acabou há um quarto de hora e o senhor doutor acabou agora mesmo de sair para almoçar e já não deve voltar porque vai visitar umas obras”.
É assim, acabaram-se as facilidades. Já agora, também gostava que se acabassem com os cartazes que estão nas ruas e que, aposto, vão chegar ao Natal carcomidos pela chuva e pelo sol do Verão de S. Martinho. Se não for pedir muito, limpem Portugal das campanhas eleitorais. Sabem? Acabou.
Memórias da Festa
Há uma semana
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