sexta-feira, 29 de abril de 2011

O pavão do Sócrates

Não sei se repararam mas, na última entrevista que o primeiro-ministro deu a um canal de televisão era perfeitamente audível um canto de um pássaro. De vez em quando, lá se ouvia aquele cantar que, veio a descobrir-se, era o de um pavão. Ora, é do conhecimento geral que estas são umas aves extremamente vaidosas que, lá está, se pavoneiam, abrindo uma cauda em leque que a todos deixa de boca aberta.
Acho que não é por acaso que José Sócrates tem em casa pavões que, ao ver o dono a dar uma entrevista e a ser protagonista, decidiram chamar a atenção de todos, lançando aquele canto nada harmónico. No fundo, creio eu, aquelas aves deveriam estar a chamar a atenção para algumas incorrecções que o primeiro-ministro estava a tentar transmitir com toda a seriedade possível.
Sendo possuidor de informações privilegiadas, posso quase garantir que José Sócrates tentou desviar a atenção de todos com informações supérfluas e contestadas pelos seus pavões, quando, na realidade o que ele quer é implementar um plano deveras astucioso já transmitido aos senhores do FMI, que terão ficado admirados e surpreendidos.
Sabendo que há televisões que mandam concorrentes para os quintos dos infernos para passar as piores das agruras, ou para perder peso, ou ainda para enfrentar medos, o nosso primeiro-ministro prepara-se vender o nosso território a todo o tipo de “reality shows”.
Digam lá se isto não é genial? Já imaginaram um canal americano a enviar uma dúzia de concorrentes obesos para Trás-os-Montes, com o objectivo que percam peso? Parece difícil? Não! É só dar-lhes uma reforma de 300 euros por mês, para que paguem todas as despesas, como renda, água, medicamentos e alimentos, e é vê-los a emagrecer dia a dia e a fazer contas de cabeça para saber como sobreviver ao fim de uma semana.
Para quê enviar meia dúzia de pessoas para uma ilha tropical, para o meio de uma tribo? Porque não enviar essas pessoas para uma qualquer aldeia de Portugal, onde o saneamento ainda não chegou, as estradas alcatroadas são uma miragem e o contacto com a civilização acontece quando o gerador funciona? Ora, é a pensar nestas potencialidades que José Sócrates se prepara para vender este cenário a todas as televisões. Diz que dá dinheiro. Acho que vamos ganhar para pagar as dívidas e até para emprestar aos outros. Palavra de pavão!

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