Quem não se lembra há uns anos atrás quando nos quiseram fazer acreditar que umas pulseiras em metal, com duas esferas nas pontas, nos aliviavam de todos os males?... Quem se lembra, hein????
Aquilo foi um verdadeiro golpe de génio. Recordo-me de ver novos e velhos com aquelas pulseiras. Uns, porque sofriam de asma e aquilo ajudava a respirar melhor, outros porque eram cardíacos, e a pulseira ajudava o coração a funcionar melhor… enfim, não havia mal que não escapasse. O segredo, diziam, estava nas esferas no topo que, magnetizadas, curavam todos os males.
Pois, quem perdeu tão grandioso remédio, tem agora uma hipótese de se redimir… estão aí as milagrosas “pulseiras do equilíbrio”! Por onde andei neste Verão, lá estavam elas. Apesar de serem de plástico, a verdade é que custam mais que algumas pulseiras feitas num metal mais precioso. Pudera, pois com a saúde não se brinca e não se olha à carteira.
Nalguns locais cheguei a ver demonstrações. Homens e mulheres que, sem pulseira, caíam a torto e a direito, e com pulseira, nada os derrubava. Perante tão extraordinário produto, quis saber quanto custava… Olhei e reparei na etiqueta: 40 euros. Bom, pensei eu, deve ser um engano. Custa seguramente 40 cêntimos. Estava redondamente enganado. Mais tarde constatei que o preço pode mesmo variar entre os 15 e os 40 euros. Pronto, as das lojas dos chineses custam cinco euros mas, garante-me o meu filho, o autocolante da parte central descola-se mais facilmente.
Vou ser sincero… eu não acredito em nada daquilo… Mas reparei que, ao contrário de mim, há quem acredite piamente nestas pulseiras desenvolvidas, segundo umas teorias, pela NASA. Pude ver que havia gente com quatro pulseiras apenas num pulso. “Não há força que te derrube”, pensei eu. Disseram-me num local que estas pulseiras esgotavam muito rapidamente. Num só dia, as de tamanho “M” voavam. Ora, isto leva-me a pensar que o verdadeiro problema dos portugueses é a falta de equilíbrio. Alguns, será financeiro, outros emocional, outros ainda será, provavelmente, sentimental. Eu, por mim, não me importo de dar um trambolhão até porque, com 40 euros posso comprar muitas outras coisas bem mais úteis.