Nos dias que correm, a família, enquanto célula da sociedade, vive numa constante azáfama, onde o tempo é escasso para todos os afazeres. Quantos não se queixam que os dias deviam ter mais de 24 horas para conseguirem levar a bom porto tudo o que tinham programado?
Muitas vezes, a vida entra num turbilhão de tarefas que somos levados a que algumas prioridades sejam ultrapassadas por coisas que, depois, vá lá saber-se porquê, acabam por ser insignificantes.
Ora, apercebendo-se de tudo isto e num verdadeiro golpe de genialidade, o senhor Albino Pinto de Almeida lançou há dias uma sugestão que, na minha modesta opinião, não teve o eco que merecia na comunicação social.
Segundo o que consegui perceber numa notícia muito pequenina, o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) sugeriu à ministra da Educação que as escolas deviam estar abertas 12 horas consecutivas. É, ou não é uma ideia e uma sugestão genial? Estou mesmo a imaginar o bom que seria poder deixar um filho às 7h00 à porta da escola para o ir buscar depois às 19h00.
Sabendo nós que mais vale duas cabeças a pensar do que apenas uma, permita-me, senhor Albino, que apresente algumas sugestões complementares. E que tal, na vez de 12 horas, houvesse a possibilidade de no ensino público deixar os filhos à segunda-feira e ir buscá-los apenas à sexta-feira? Podia o Ministério aproveitar até as obras que está a promover em algumas escolas para construir umas camaratas. Isto, sim. Isto é que vinha mesmo a calhar para os pais. Mas, caso não concorde, que tal sugerir à senhora ministra que, sendo de acordo com as 12h00, obrigue os professores a entregar-nos os filhos, por exemplo, às 19h00, já jantados e com o banhinho tomado? É que isso ia-nos facilitar muito a vida.
Senhor Albino, não quero, de maneira alguma, abusar da sua paciência. Mas, rogo-lhe que lute para que no Ministério da Educação oiçam os paizinhos.
Memórias da Festa
Há 2 semanas
3 comentários:
Infelizmente, a grande maioria dos "nossos" pais tem-se vindo a demitir da função de educadores, delegando-a em outrem. Professores, explicadores, psicólogos, quaisquer uns servem, desde que as criancinhas cheguem ao final do dia e deixem os pais em sossego, com os "deveres" para o dia seguinte já arrumados e o comando da playstation na mão. A Educação, meus amigos, é de berço... Será por isso é que a sociedade atinge um cada vez maior estado de degradação?...
Cristina
mais vale não ter filhos...
Também reparei na notícia. Dá para gozar, mas tem um lado triste.
O pai de um colega do meu filho disse-me há uns anos, muito a sério, que os pais hoje não tinham tempo para educar os filhos. Isso era tarefa para os professores, argumentava. E explicou que chegamos cansados a casa e só queremos é descansar e que os miúdos não nos chateiem. E ele não estava a brincar. Preciso de dizer como era o filho dele?
Postar um comentário