Olhando para a actualidade do país, é praticamente impossível não abordar o que está a acontecer no sector da Educação. Temos um Ministério a ser bombardeado por todos os lados e a tentar apagar fogos da forma mais rápida possível, trabalhando, inclusive, ao domingo. Depois temos professores que, garantem, não desarmam das suas reivindicações. E, por fim, temos os alunos que, embora tenham acalmado nas últimas horas, mostraram o quão bem educados estão. Não por culpa dos professores, mas sim daqueles que nos últimos anos conseguiram, superiormente e em nome das melhores teses sobre pedagogia sabe-se lá vindas de onde, retirar a autoridade que os docentes tinham.
Com toda a sinceridade, começo a ter uma certa compaixão pela ministra da Educação e não consigo esquecer o seu ar triste e preocupado na noite do passado 8 de Novembro, depois de ver perto de 120 mil professores na rua a protestar e a não perceber a razão de tal manifestação. A senhora ministra, como pessoa de bem que é, não entende porque é que os professores recuaram. Afinal, há um memorando assinado por uma plataforma que urge honrar. Se os sindicatos assinaram, é para cumprir. Isto de assinar um documento, apertar as mãos e depois dar uma punhalada pelas costas, é muito feio.
Repara-se que a senhora ministra tem toda a razão para estar triste com este comportamento. O Governo a que pertence nunca faria uma coisa destas. Prometer, para depois não cumprir. Temos fé nos 150 mil empregos que o Primeiro Ministro prometeu. Acreditamos piamente que as SCUTS não vão ter portagens. Ainda temos esperança no referendo ao Tratado de Lisboa. E, estamos convictos que vamos crescer em termos económicos três por cento.
Se o Governo honra os seus compromissos, por que não haverão os professores de honrar o papel assinado pelos sindicatos? Mas, acreditem que os maiores problemas ainda estão para vir. A ministra até pode ceder, mas será que os “mil e um” sindicatos da educação se irão entender quanto ao modelo de avaliação que querem?
Memórias da Festa
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