Na segunda-feira, ao ouvir as notícias, recordei um dos momentos mais importantes da minha vida. O dia em que fui candidatar-me para entrar no ensino superior. Recordo-me que senti naquele momento que todo o meu futuro estava a ser delineado. Naquele boletim, preenchido junto à Universidade de Coimbra, estava todo o meu futuro. Preenchi-o cheio de convicções.
Hoje, ao ver as notícias, constato que, felizmente, há ainda muitos jovens que continuam a candidatar-se tendo em primeiro plano as suas convicções e as suas paixões, mesmo sabendo que isso poderá significar o desemprego daqui a quatro ou cinco anos.
Para o Governo, isso pouco importa. Neste momento há uma grande prioridade que é fazer passar a mensagem que este ano existem mais 1500 vagas no ensino superior do que no ano passado. E como isto pesa no interior de quem se está a candidatar. Que o digam aqueles que no ano passado ficaram de fora.
Um dos cursos que mais cresceu em termos de vagas foi o de Direito. O senhor Bastonário da Ordem dos Advogados já veio a público pedir aos jovens para que fujam deste curso. Outro que também mais cresceu em termos de vagas foi o de enfermagem. Segundo consta, neste sector de actividade, as saídas profissionais são quase nulas. Perante estas evidências, a verdade é que continua-se a apostar em áreas com graves problemas de empregabilidade. E os jovens, movidos pelas suas paixões, continuam a cair só despertando para a dura realidade quando saem das faculdades.
Mas, nem tudo está perdido. Felizmente que temos mentes abertas e gente a olhar para o futuro. Por exemplo, hoje é possível uma pessoa licenciar-se no curso de Protecção Civil. Bem, pensando melhor, esta é uma área vedada só a alguns. Pronto. Já sei! E é uma das grandes novidades deste ano. É o curso de Design de Jogos Digitais. É verdade que não temos grande tradição no mundo dos vídeo jogos, onde os asiáticos são uns mestres. É verdade que não temos empresas em Portugal a ombrear com grandes marcas. Contudo, nunca é tarde. Os primeiros licenciados saem já daqui a pouco tempo. Por isso, deixo já aqui um alerta: ponham-se a pau, ó pessoal da KONAMI. Tenham medo, muito medo dos jogos que vamos inventar!
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