quinta-feira, 9 de outubro de 2014
Pisco-te o Olhos - Vila Nova de Cerveira
Há pedras que teimam em não cair... venha chuva ou vento... Não caem... Será que não querem deixar de ver para onde corre o rio Minho??....
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
Pisco-te o Olho - Vila Nova de Cerveira
terça-feira, 3 de abril de 2012
segunda-feira, 2 de abril de 2012
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sexta-feira, 30 de março de 2012
quinta-feira, 29 de março de 2012
terça-feira, 27 de março de 2012
sexta-feira, 23 de março de 2012
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quinta-feira, 22 de março de 2012
quarta-feira, 21 de março de 2012
terça-feira, 20 de março de 2012
sexta-feira, 16 de março de 2012
quinta-feira, 15 de março de 2012
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terça-feira, 13 de março de 2012
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segunda-feira, 12 de março de 2012
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quinta-feira, 8 de março de 2012
quarta-feira, 7 de março de 2012
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terça-feira, 6 de março de 2012
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domingo, 4 de março de 2012
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sábado, 3 de março de 2012
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sexta-feira, 2 de março de 2012
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quinta-feira, 1 de março de 2012
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
terça-feira, 25 de outubro de 2011
A mania do copianço
Depois de muito tempo sem aqui vir, eis que regresso com um texto de opinião publicado no suplemento de televisão do Diário do Minho... Como disse, é um texto de opinião.
Os portugueses sofrem de um grave problema que se chama inveja. Não podem ver alguém a ter sucesso, que logo começam a sentir um fervilhar dentro de si e uma voz interna a sussurrar-lhe aos ouvidos: “… vês, podias ser tu! Vá lá. Ainda vais a tempo! Copia-o…”
E tudo começa na escola. A professora manda fazer um trabalho e há sempre aquele aluno mais criativo que faz algo de mais ousado. Quando esse aluno dá por ela, tem uma meia dúzia de alunos a espreitar-lhe pelo ombro e a fazer coisas muito parecidas. E, se esse aluno mais criativo tiver mesmo azar, quando olhar bem à sua volta, já terá um outro colega, de peito feito, a entregar antes dele o tal trabalho muito parecido à professora.
Mas, isto não acontece só na escola. Vamos imaginar o cidadão A que, durante algum tempo andou a estudar uma determinada zona da cidade porque tinha algum dinheiro para investir. Chegou à conclusão que naquela rua, o investimento ideal era uma sapataria. Investiu e, ao fim de quatro meses, a casa estava ao rubro. A dar lucro. Vendo que o negócio ali rendia, os cidadãos B, C, D, E e F, não se contiveram e também ali montaram sapatarias, esfregando as mãos de contentes.
Ora, olhando para o que acontece nas nossas televisões e para as suas grelhas de programas, arrisco-me a dizer que é muito fácil de ver e de sentir esta inveja. Se uma televisão decide avançar com um concurso às 21h00, onde os vencedores podem levar para casa mil euros, não dou uma semana para que os outros dois canais também não tenham um concurso em que os vencedores podem levar um carro.
Se uma televisão aposta numa telenovela portuguesa às 23h00, não dou três dias para que as outras apostem em telenovelas brasileiras de última geração, com os actores mais na berra que virão a Portugal na altura do Carnaval.
Na verdade, eu sei que a isto não se chama inveja. Mas sim falta de coragem em arriscar e em ser inovador e diferente. As nossas televisões estão agarradas à preocupação das audiências. E, se um determinado canal está a ter sucesso com um determinado programa, há que ir ao mercado, comprar um formato muito parecido e colocá-lo à mesma hora, para fazer concorrência e roubar audiências. Este é, sem dúvida, o caminho mais fácil. Falta coragem às nossas televisões.
Os portugueses sofrem de um grave problema que se chama inveja. Não podem ver alguém a ter sucesso, que logo começam a sentir um fervilhar dentro de si e uma voz interna a sussurrar-lhe aos ouvidos: “… vês, podias ser tu! Vá lá. Ainda vais a tempo! Copia-o…”
E tudo começa na escola. A professora manda fazer um trabalho e há sempre aquele aluno mais criativo que faz algo de mais ousado. Quando esse aluno dá por ela, tem uma meia dúzia de alunos a espreitar-lhe pelo ombro e a fazer coisas muito parecidas. E, se esse aluno mais criativo tiver mesmo azar, quando olhar bem à sua volta, já terá um outro colega, de peito feito, a entregar antes dele o tal trabalho muito parecido à professora.
Mas, isto não acontece só na escola. Vamos imaginar o cidadão A que, durante algum tempo andou a estudar uma determinada zona da cidade porque tinha algum dinheiro para investir. Chegou à conclusão que naquela rua, o investimento ideal era uma sapataria. Investiu e, ao fim de quatro meses, a casa estava ao rubro. A dar lucro. Vendo que o negócio ali rendia, os cidadãos B, C, D, E e F, não se contiveram e também ali montaram sapatarias, esfregando as mãos de contentes.
Ora, olhando para o que acontece nas nossas televisões e para as suas grelhas de programas, arrisco-me a dizer que é muito fácil de ver e de sentir esta inveja. Se uma televisão decide avançar com um concurso às 21h00, onde os vencedores podem levar para casa mil euros, não dou uma semana para que os outros dois canais também não tenham um concurso em que os vencedores podem levar um carro.
Se uma televisão aposta numa telenovela portuguesa às 23h00, não dou três dias para que as outras apostem em telenovelas brasileiras de última geração, com os actores mais na berra que virão a Portugal na altura do Carnaval.
Na verdade, eu sei que a isto não se chama inveja. Mas sim falta de coragem em arriscar e em ser inovador e diferente. As nossas televisões estão agarradas à preocupação das audiências. E, se um determinado canal está a ter sucesso com um determinado programa, há que ir ao mercado, comprar um formato muito parecido e colocá-lo à mesma hora, para fazer concorrência e roubar audiências. Este é, sem dúvida, o caminho mais fácil. Falta coragem às nossas televisões.
domingo, 5 de junho de 2011
Digam lá quem é bonzinho?
Hoje é dia de eleições. Hoje é um dia importantíssimo para Portugal e para os portugueses. Se estava a pensar em não ir votar, pense duas vezes. Já imaginou que este é o dia em que cada português se pode sentir na pele de um grande empresário?
Tal e qual. Hoje é o dia em que todos nós vamos resolver e dar seguimento à vidinha de muito boa gente. Sem qualquer tipo de medida ou de programa, os portugueses mostram hoje o quão generosos são, resolvendo o problema de desemprego a, nada mais nada menos, 230 indivíduos. Isto para não falar dos empregos indirectos. Se cada deputado tiver direito ao seu assessor, estamos a falar de outras 230 pessoas que vão ter direito a um emprego digno e, diga-se, bem remunerado, para os próximos quatro anos, se tudo correr bem. Já viram, ao todo são, pelo menos 460 novos postos de trabalho que criamos sem ter que recorrer a grandes medidas, ou a programas especiais. Tomara a muitos governos terem esta capacidade de criação de emprego.
Mas, saliente-se, eles merecem. Ao longo destas duas últimas semanas, eles andaram como loucos a tentar convencer-nos que eram os melhores. Podiam ter, simplesmente, enviado o currículo a cada um de nós, colocando-o nas nossas caixas do correio, mas não. Sacrificaram-se. Beijaram idosas e criancinhas, apertaram mãos a indivíduos que só tomam banho uma vez por semana. De tanto falar, ficaram afónicos. Sujeitaram-se àquilo de que fogem durante quatro anos. Por tudo isto, eles merecem que todos votem no dia de hoje. Pensem que alguns devem mesmo estar com o coraçãozinho nas mãos a pensar se será desta que irão conseguir o lugarzinho há tanto tempo desejado.
Eu, por mim, vou votar. Vou cumprir o meu dever cívico. Vou sair de casa, passar pelos diversos cartazes eleitorais que ainda continuam espalhados pela cidade e olhar para aquelas caras que, numa última tentativa, me tentam convencer a votar neles. Vou fingir que não os vejo. Apenas digo que irei votar e serei um daqueles que irá contribuir para que, amanhã, 230 indivíduos acordem mais felizes, tomem o pequeno-almoço a cantar, e saiam de casa para gritar ao mundo que já têm emprego… e muito bem pago, cheio de regalias. Vá,… digam lá quem é bonzinho?
Tal e qual. Hoje é o dia em que todos nós vamos resolver e dar seguimento à vidinha de muito boa gente. Sem qualquer tipo de medida ou de programa, os portugueses mostram hoje o quão generosos são, resolvendo o problema de desemprego a, nada mais nada menos, 230 indivíduos. Isto para não falar dos empregos indirectos. Se cada deputado tiver direito ao seu assessor, estamos a falar de outras 230 pessoas que vão ter direito a um emprego digno e, diga-se, bem remunerado, para os próximos quatro anos, se tudo correr bem. Já viram, ao todo são, pelo menos 460 novos postos de trabalho que criamos sem ter que recorrer a grandes medidas, ou a programas especiais. Tomara a muitos governos terem esta capacidade de criação de emprego.
Mas, saliente-se, eles merecem. Ao longo destas duas últimas semanas, eles andaram como loucos a tentar convencer-nos que eram os melhores. Podiam ter, simplesmente, enviado o currículo a cada um de nós, colocando-o nas nossas caixas do correio, mas não. Sacrificaram-se. Beijaram idosas e criancinhas, apertaram mãos a indivíduos que só tomam banho uma vez por semana. De tanto falar, ficaram afónicos. Sujeitaram-se àquilo de que fogem durante quatro anos. Por tudo isto, eles merecem que todos votem no dia de hoje. Pensem que alguns devem mesmo estar com o coraçãozinho nas mãos a pensar se será desta que irão conseguir o lugarzinho há tanto tempo desejado.
Eu, por mim, vou votar. Vou cumprir o meu dever cívico. Vou sair de casa, passar pelos diversos cartazes eleitorais que ainda continuam espalhados pela cidade e olhar para aquelas caras que, numa última tentativa, me tentam convencer a votar neles. Vou fingir que não os vejo. Apenas digo que irei votar e serei um daqueles que irá contribuir para que, amanhã, 230 indivíduos acordem mais felizes, tomem o pequeno-almoço a cantar, e saiam de casa para gritar ao mundo que já têm emprego… e muito bem pago, cheio de regalias. Vá,… digam lá quem é bonzinho?
sexta-feira, 20 de maio de 2011
A tenda está montada!
Senhores e senhoras, meninos e meninas, estimado público, o espectáculo está quase a começar. Os artistas já praticamente acabaram o aquecimento e está tudo pronto para a grande festa se inicar.
É isso mesmo. Neste pequeno rectângulo à beira-mar plantado, a tenda de circo já está montada e os artistas já se perfilam para actuar perante um público sedento de brindes.
A grande parte das pessoas que se senta nas bancadas pensa que não paga bilhete para ver este espectáculo. Pensa, mas não é bem assim. Sem que ninguém desconfiasse, a verdade é que lhes foram aos bolsos porque, tal como não há jantares grátis, também não há espectáculos de circo grátis.
E aquilo que as pessoas pensam que são generosas ofertas, tais como sacos, aventais, canetas e outras coisas do género, não são mais do que brindes que os artistas compraram com o dinheiro que eles foram buscar, não só a generosas e altruístas contribuições, como também aos bons contribuintes.
Mas, como dizia, os artistas deste circo estão prontos para avançar. Conhecem os números que vão desempenhar como a palma das suas mãos.
Uns são verdadeiros contorcionistas. Têm um jogo de cintura como nunca ninguém viu. Impressionam o público e arrancam alguns “ais” da plateia. Outros são domadores de leões. Pensam que tudo dominam. Não há assunto nem adversário que lhes meta medo. Há ainda neste circo os malabaristas. Estes também conseguem arrancar uns “ais”. Mas, melhor do que isso, conseguem mesmo convencer quem os está a ver com os argumentos mais absurdos. Depois, há os mágicos. Fazem desaparecer os momentos mais incómodos para o verdadeiro artista. Conseguem distrair e chamar a atenção para aquilo que eles querem que seja o grande momento.
E tal como nos grandes circos neste, à beira-mar plantado, também há palhaços. Distraem, fazem rir e levam às lágrimas quem os vê. Ninguém os leva a sério e todos acreditam que eles estão ali só para entreter. Conseguem arrancar aplausos, mas nunca conseguirão alcançar o limbo.
Neste circo, cuja tenda já está montada, os artistas têm uma grande virtude. Sabem exactamente pautar a sua actuação ao ritmo das palmas. No fundo, não lhes interessa a felicidade do público, mas sim a sua própria felicidade, conseguindo um emprego estável para os próximos quatro anos. Para uns será mesmo a última etapa antes de uma merecida e farta reforma antes dos 40 anos de idade. Para outros...
É isso mesmo. Neste pequeno rectângulo à beira-mar plantado, a tenda de circo já está montada e os artistas já se perfilam para actuar perante um público sedento de brindes.
A grande parte das pessoas que se senta nas bancadas pensa que não paga bilhete para ver este espectáculo. Pensa, mas não é bem assim. Sem que ninguém desconfiasse, a verdade é que lhes foram aos bolsos porque, tal como não há jantares grátis, também não há espectáculos de circo grátis.
E aquilo que as pessoas pensam que são generosas ofertas, tais como sacos, aventais, canetas e outras coisas do género, não são mais do que brindes que os artistas compraram com o dinheiro que eles foram buscar, não só a generosas e altruístas contribuições, como também aos bons contribuintes.
Mas, como dizia, os artistas deste circo estão prontos para avançar. Conhecem os números que vão desempenhar como a palma das suas mãos.
Uns são verdadeiros contorcionistas. Têm um jogo de cintura como nunca ninguém viu. Impressionam o público e arrancam alguns “ais” da plateia. Outros são domadores de leões. Pensam que tudo dominam. Não há assunto nem adversário que lhes meta medo. Há ainda neste circo os malabaristas. Estes também conseguem arrancar uns “ais”. Mas, melhor do que isso, conseguem mesmo convencer quem os está a ver com os argumentos mais absurdos. Depois, há os mágicos. Fazem desaparecer os momentos mais incómodos para o verdadeiro artista. Conseguem distrair e chamar a atenção para aquilo que eles querem que seja o grande momento.
E tal como nos grandes circos neste, à beira-mar plantado, também há palhaços. Distraem, fazem rir e levam às lágrimas quem os vê. Ninguém os leva a sério e todos acreditam que eles estão ali só para entreter. Conseguem arrancar aplausos, mas nunca conseguirão alcançar o limbo.
Neste circo, cuja tenda já está montada, os artistas têm uma grande virtude. Sabem exactamente pautar a sua actuação ao ritmo das palmas. No fundo, não lhes interessa a felicidade do público, mas sim a sua própria felicidade, conseguindo um emprego estável para os próximos quatro anos. Para uns será mesmo a última etapa antes de uma merecida e farta reforma antes dos 40 anos de idade. Para outros...
sexta-feira, 29 de abril de 2011
O pavão do Sócrates
Não sei se repararam mas, na última entrevista que o primeiro-ministro deu a um canal de televisão era perfeitamente audível um canto de um pássaro. De vez em quando, lá se ouvia aquele cantar que, veio a descobrir-se, era o de um pavão. Ora, é do conhecimento geral que estas são umas aves extremamente vaidosas que, lá está, se pavoneiam, abrindo uma cauda em leque que a todos deixa de boca aberta.
Acho que não é por acaso que José Sócrates tem em casa pavões que, ao ver o dono a dar uma entrevista e a ser protagonista, decidiram chamar a atenção de todos, lançando aquele canto nada harmónico. No fundo, creio eu, aquelas aves deveriam estar a chamar a atenção para algumas incorrecções que o primeiro-ministro estava a tentar transmitir com toda a seriedade possível.
Sendo possuidor de informações privilegiadas, posso quase garantir que José Sócrates tentou desviar a atenção de todos com informações supérfluas e contestadas pelos seus pavões, quando, na realidade o que ele quer é implementar um plano deveras astucioso já transmitido aos senhores do FMI, que terão ficado admirados e surpreendidos.
Sabendo que há televisões que mandam concorrentes para os quintos dos infernos para passar as piores das agruras, ou para perder peso, ou ainda para enfrentar medos, o nosso primeiro-ministro prepara-se vender o nosso território a todo o tipo de “reality shows”.
Digam lá se isto não é genial? Já imaginaram um canal americano a enviar uma dúzia de concorrentes obesos para Trás-os-Montes, com o objectivo que percam peso? Parece difícil? Não! É só dar-lhes uma reforma de 300 euros por mês, para que paguem todas as despesas, como renda, água, medicamentos e alimentos, e é vê-los a emagrecer dia a dia e a fazer contas de cabeça para saber como sobreviver ao fim de uma semana.
Para quê enviar meia dúzia de pessoas para uma ilha tropical, para o meio de uma tribo? Porque não enviar essas pessoas para uma qualquer aldeia de Portugal, onde o saneamento ainda não chegou, as estradas alcatroadas são uma miragem e o contacto com a civilização acontece quando o gerador funciona? Ora, é a pensar nestas potencialidades que José Sócrates se prepara para vender este cenário a todas as televisões. Diz que dá dinheiro. Acho que vamos ganhar para pagar as dívidas e até para emprestar aos outros. Palavra de pavão!
Acho que não é por acaso que José Sócrates tem em casa pavões que, ao ver o dono a dar uma entrevista e a ser protagonista, decidiram chamar a atenção de todos, lançando aquele canto nada harmónico. No fundo, creio eu, aquelas aves deveriam estar a chamar a atenção para algumas incorrecções que o primeiro-ministro estava a tentar transmitir com toda a seriedade possível.
Sendo possuidor de informações privilegiadas, posso quase garantir que José Sócrates tentou desviar a atenção de todos com informações supérfluas e contestadas pelos seus pavões, quando, na realidade o que ele quer é implementar um plano deveras astucioso já transmitido aos senhores do FMI, que terão ficado admirados e surpreendidos.
Sabendo que há televisões que mandam concorrentes para os quintos dos infernos para passar as piores das agruras, ou para perder peso, ou ainda para enfrentar medos, o nosso primeiro-ministro prepara-se vender o nosso território a todo o tipo de “reality shows”.
Digam lá se isto não é genial? Já imaginaram um canal americano a enviar uma dúzia de concorrentes obesos para Trás-os-Montes, com o objectivo que percam peso? Parece difícil? Não! É só dar-lhes uma reforma de 300 euros por mês, para que paguem todas as despesas, como renda, água, medicamentos e alimentos, e é vê-los a emagrecer dia a dia e a fazer contas de cabeça para saber como sobreviver ao fim de uma semana.
Para quê enviar meia dúzia de pessoas para uma ilha tropical, para o meio de uma tribo? Porque não enviar essas pessoas para uma qualquer aldeia de Portugal, onde o saneamento ainda não chegou, as estradas alcatroadas são uma miragem e o contacto com a civilização acontece quando o gerador funciona? Ora, é a pensar nestas potencialidades que José Sócrates se prepara para vender este cenário a todas as televisões. Diz que dá dinheiro. Acho que vamos ganhar para pagar as dívidas e até para emprestar aos outros. Palavra de pavão!
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Não sei de hei-de rir ou chorar
Não sei de hei-de rir ou se hei-de chorar. Muito sinceramente, nem me apetece falar da situação económica do país. Mas não consigo evitar. Aliás, a ideia que eu tinha para este meu “Deste Lado” era muito diferente daquilo que estou a escrever e a pensar. Desta vez, não tenho motivos para ironias. Depois de Portugal ter pedido ajuda a Bruxelas na passada quarta-feira à noite, é inevitável que não se fala nas medidas gravosas que nos vão cair em cima.
O que eu temo é que continuem a ser sempre os mesmos a pagar. Que sejam aqueles que se levantam todos os dias às 7h00 para entrar às 8h00 ou às 9h00 e que, após uma pausa para almoço, trabalham até às 19h00 e só chegam a casa às 20h00, já a pensar no dia de amanhã.
Que sejam aqueles que, após uma vida inteira de trabalho duro, agora têm uma pensão de miséria que mal dá para comer. Que sejam aqueles que há bem pouco tempo perderam um emprego que era o garante do “pão nosso de cada dia”, de uma família inteira.
Enquanto isso, há gente que gasta à grande e à francesa. São aqueles para quem as medidas não aquecem nem arrefecem. Mais 1.500 euros, menos 1.500 euros ao fim do mês, pouco importa.
Para esses, a vida continua alegre e contente, sem problemas. Desde que dê para todos os vícios, está tudo bem… que venha esse FMI.
O problema são aqueles que já contam os tostões ao fim do mês. São aqueles que do pouco que recebem, ainda têm coragem para lhes ir mais ao bolso. Mas o pior disto tudo, são outros que já estão tão habituados a recorrer ao crédito, que vão continuar a enterrar-se iludidos que isto não passa de um mau momento. Continuam a endividar-se porque se deixam iludir pelo canto da sereia de algumas financeiras sem pudor. Contraiem empréstimos para pagar outros empréstimos.
Contudo, eu questiono-me se não serão esses os mais inteligentes num país, onde, por exemplo, os processos nos tribunais se arrastam anos e anos. Um país onde um devedor arrisca-se mesmo a morrer sem ter pago a dívida.
No fundo, não lhes podemos levar a mal. Partindo da máxima segundo a qual, o exemplo vem sempre de cima, esses apenas imitam um país que só tem sabido viver acima das suas posses, recorrendo ao crédito sabendo de antemão que não irá conseguir pagar.
O que eu temo é que continuem a ser sempre os mesmos a pagar. Que sejam aqueles que se levantam todos os dias às 7h00 para entrar às 8h00 ou às 9h00 e que, após uma pausa para almoço, trabalham até às 19h00 e só chegam a casa às 20h00, já a pensar no dia de amanhã.
Que sejam aqueles que, após uma vida inteira de trabalho duro, agora têm uma pensão de miséria que mal dá para comer. Que sejam aqueles que há bem pouco tempo perderam um emprego que era o garante do “pão nosso de cada dia”, de uma família inteira.
Enquanto isso, há gente que gasta à grande e à francesa. São aqueles para quem as medidas não aquecem nem arrefecem. Mais 1.500 euros, menos 1.500 euros ao fim do mês, pouco importa.
Para esses, a vida continua alegre e contente, sem problemas. Desde que dê para todos os vícios, está tudo bem… que venha esse FMI.
O problema são aqueles que já contam os tostões ao fim do mês. São aqueles que do pouco que recebem, ainda têm coragem para lhes ir mais ao bolso. Mas o pior disto tudo, são outros que já estão tão habituados a recorrer ao crédito, que vão continuar a enterrar-se iludidos que isto não passa de um mau momento. Continuam a endividar-se porque se deixam iludir pelo canto da sereia de algumas financeiras sem pudor. Contraiem empréstimos para pagar outros empréstimos.
Contudo, eu questiono-me se não serão esses os mais inteligentes num país, onde, por exemplo, os processos nos tribunais se arrastam anos e anos. Um país onde um devedor arrisca-se mesmo a morrer sem ter pago a dívida.
No fundo, não lhes podemos levar a mal. Partindo da máxima segundo a qual, o exemplo vem sempre de cima, esses apenas imitam um país que só tem sabido viver acima das suas posses, recorrendo ao crédito sabendo de antemão que não irá conseguir pagar.
domingo, 20 de março de 2011
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